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IDC X SALTA CIO: ANALISES DO IMPACTO DESSE MANEJO EM NOSSA PRODUTIVIDADE

Foto do escritor: Roberta LeiteRoberta Leite

Atualizado: 24 de abr. de 2019


Autores: Jackson Zenatti e Roberta Leite


Os custos de produção da suinocultura estão cada vez mais altos, o que nos obriga a sermos mais produtivos para diluí-los. Para isso, é essencial o uso da informação de qualidade para a uma melhor tomada de decisão e, assim, alcançarmos uma melhor produtividade. O grande desafio deste processo é traduzir o que os indicadores dizem, em ações viáveis ​​e práticas para serem implantados nas granjas.

Um dos índices de maior impacto produtivo é o Intervalo Desmame Cobertura (IDC).

O IDC é o período de dias compreendido entre o desmame (dia 0) e a primeira cobertura da fêmea. Este índice está diretamente relacionado à produtividade do plantel, e normalmente é o índice que mais impacta no DNP (Dias Não Produtivos), que por sua vez impacta diretamente no PFA (Parto/Fêmea/Ano).

O IDC é um intervalo fisiológico e necessário para que a fêmea se recupere e, portanto, sempre vai estar presente nas granjas.

Estamos acostumados a analisar o resultado desse indicador pelas médias, e muitas vezes o impacto real está em suas variações, que podem influenciar diretamente na produtividade e rentabilidade do negócio.

Um dos manejos utilizados rotineiramente nas granjas que tem impacto direto sobre o IDC é o salta cio. O salta cio é a prática de saltar o cio atual da fêmea, devido a sua má condição corporal ao sair da maternidade. Assim, a cobertura acontece no próximo cio, onde a fêmea apresentará uma condição melhor. Para deixar claro o impacto econômico desse manejo, temos que saber quanto vale 1 dia produtivo de cada fêmea dentro da granja. Como exemplo, vamos usar uma granja com produtividade média de 28 leitões desmamados/fêmea/ano. Ao dividirmos os 28 leitões por 365 dias do ano, teremos que cada fêmea produz 0,076 leitões por dia. Então 21 dias x 0,076 leitões, a fêmea precisa ter mais 1,59 leitões para pagar por seus dias em recuperação.


21 dias X 0,076 = 1,59 leitões


Na tabela a seguir, temos o exemplo da ‘’Granja 01’’ *:



As fêmeas que tiveram um salta cio (cobertas com mais de 21 dias de IDC), tiveram uma média de 12,98 leitões, ou seja, 0,75 leitões a mais que as fêmeas de 04 e 05 dias e 2,31 leitões a mais que as fêmeas que foram servidas entre 06 e 07 dias. Esse resultado demonstra que nesta granja, as fêmeas que entram em cio entre os dias 06 e 07 provavelmente apresentam uma má condição corporal e que, portanto, vale a pena fazer o salta cio.

Além de analisar os Nascidos, para comprovar se a produtividade desta fêmea está boa ou não, (em relação ao IDC) devemos analisar a Taxa de Parição também de acordo com o IDC. Isso porque, a tendência das fêmeas com uma má condição corporal é apresentar cio irregular, e assim as chances de ocorrer uma perda reprodutiva durante a gestação aumentam, o que impacta diretamente nos DNPs e na produtividade da granja.

Na figura a seguir, continuamos com as análises práticas da ‘’Granja 01’’, onde vemos claramente que o foco de trabalho precisa ser em cima das fêmeas que foram servidas entre 06 e 07 dias de IDC. Esse grupo de fêmeas além de terem o menor número de nascidos, é o grupo com maiores perdas reprodutivas.



Outro ponto importante no exemplo da ‘’Granja 01’’, é que somente 69,79% das fêmeas foram servidas até 05 dias. Portanto, se deve investigar o que está causando esse resultado e corrigir com uma ação focada neste ponto, pois a melhor produtividade se observa nos serviços de 04 e 05 dias de IDC.



Granjas de alta produtividade têm como mínimo 80% de suas fêmeas servidas até 05 dias. Esse resultado nos mostra que o manejo, nutrição e a condição corporal das fêmeas na saída da maternidade está boa, e por isso elas apresentam cio regularmente.

Portanto, devemos monitorar dois pontos nas granjas: 1- As variáveis de Nascidos e Taxa de Parição por IDC, e assim, entender como estes índices impactam na produtividade. 2- Ter mais de 80% das fêmeas servidas com IDC até 05 dias.

É importante aprender com nossos números e ver em detalhes onde estão os desvios de produtividade, e assim, baseado neles, tomar as melhores ações de correção.

Se temos muitas fêmeas com má condição corporal e que não entraram em cio no intervalo esperado (até 05 dias), devemos olhar a informação, e se ela nos mostra que os Nascidos e a Taxa de Parição desse grupo (6 e 7 dias) são menores, podemos saltar o cio dessas fêmeas. Vale ressaltar que o salta cio não é um manejo que deve ser utilizado rotineiramente, e sim de forma pontual até que se consiga corrigir o manejo das fêmeas na maternidade, e a partir daí, as fêmeas com uma melhor condição corporal vão apresentar cio regularmente.


*Analises realizadas com o software Agriness S2.


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